08 abril 2014

MEIO AMBIENTE Notícia da edição impressa do JC de 08/04/201

Parque do Gasômetro tem entraves para efetivação

Prefeitura da Capital assegura que permuta de área da CEEE está acertada com o governo do Estado; prédios serão restaurados

Fernanda Nascimento
A aprovação do projeto de lei que cria o Parque do Gasômetro, pela Câmara Municipal de Porto Alegre, na semana passada, está longe de encerrar as questões envolvendo a efetivação do espaço como local de lazer e convivência.

A partir do dia 15 de abril, a prefeitura da Capital, o governo do Estado, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Instituto do Patrimônio Histórico do Estado (Iphae) e movimentos sociais, como o Viva Gasômetro, devem se reunir para planejar as ações de revitalização das praças Júlio Mesquita e Brigadeiro Sampaio, além da restauração da antiga Usina de Gás de Hidrogênio Carbonado – em frente à Câmara Municipal –, que será incorporada ao parque e deverá abrigar o futuro Museu de Antropologia do Rio Grande do Sul.

A primeira questão que deverá ser resolvida é a da permuta entre o governo do Estado e a prefeitura para que a área da antiga Usina – atualmente propriedade da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) – seja transferida para o município.

“Já tivemos negociações prévias e há um acordo quanto a isto. Não colocaríamos no projeto do parque esta área se não tivéssemos uma garantia. Estamos num processo de acerto das áreas do município que passarão para o Estado. Já existem algumas áreas onde temos subestações da CEEE que pertencem ao município e serão trocadas. A questão é determinar as demais”, explica o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB).

O passo seguinte deverá ser a de contratação de uma empresa para realizar a restauração dos prédios da área da CEEE. A perspectiva é de que além do Museu de Antropologia, o local abrigue também a sede do Iphae e um nova unidade da Biblioteca Pública do Estado.

“As edificações da antiga Usina de Gás de Hidrogênio Carbonado já foram tombadas como patrimônio do Estado. A ideia é de que passem por uma restauração e possam abrigar estas novas instalações. O Estado tem um grande interesse nisso, porque estaremos configurando um espaço ambiental e cultural, com valor histórico importantíssimo”, afirmou a diretora do Iphae, Miriam Sartori Rodrigues.

Além desta área, as praças Júlio Mesquita e Brigadeiro Sampaio devem receber obras de revitalização. Como o Parque do Gasômetro tem como limites as duas praças, a área da CEEE e a Usina do Gasômetro, também há necessidade de criação de um projeto para interligar a Orla aos demais locais. A ligação através do rebaixamento da avenida João Goulart não foi aprovada pelos vereadores e a criação de uma passarela desagrada movimentos sociais.

Como uma das emendas aprovadas no projeto estabelece que a solução urbanística para articular os espaços “deverá privilegiar os pedestres e pessoas com deficiência em relação aos veículos automotivos”, a prefeitura ainda precisará encontrar uma alternativa.

O vice-prefeito afirma que estas questões serão resolvidas rapidamente e acredita que o projeto aprovado na Câmara não deverá receber vetos do Executivo – o texto ainda não foi sancionado pelo prefeito José Fortunati (PDT).

Além dos limites do parque e da emenda estabelecendo preferência aos pedestres, o texto prevê o impedimento do uso da praça Júlio Mesquita como estacionamento – ao contrário do previsto pelo projeto de revitalização da Orla, elaborado pelo arquiteto Jaime Lerner.


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