"Escrevo esta coluna impactada pelas mortes do
Eduardo Coutinho e do Nico Nicolaiewsky.
A morte do Coutinho -de uma
estupidez galopante- deixou a todos nós que temos ligação com o cinema
brasileiro atônitos*. A morte do Nico deixou todo o Rio Grande enlutado.
Com o Coutinho tive a
oportunidade de conviver no Rio de Janeiro -um tanto ranzinza- era um gênio no
seu metier, sem dúvida o nosso maior documentarista.
Com o Nico, estranhamente não
convivi a não ser nas vezes em que assisti
Tangos e Tragédias quando este estava “incorporado” do Maestro Pletskaya, mas me sentia próxima dele talvez por ter sido colega
no colégio da sua mulher a atriz Márcia do Canto e pela proximidade que tenho
com o Hique Gomes o personagem Kraunus Sang” do Tangos.
Duas mortes que
parecem não ter sentido, parecem não ter explicação...
Ainda
atônitos recebemos a notícia da morte do
cinegrafista Santiago Andrade, ferido em uma manifestação no Rio de Janeiro.
Manifestações
estas que dizem ser feitas por movimentos sociais, movimentos que teoriamente, estão preocupados com a
sociedade, preocupados com o outro.
Qual a
explicação destes manifestantes para o final trágico de Santiago Andrade? Qual
o conforto que estes manifestantes-que fazem uso da força- para esta família
que deixou enlutados quatro filhos e uma viúva?
Viver em
sociedade é enxergar o outro, respeitar
suas lutas conviver e tentar compor com estes. É recorrer as instituições e dentro destas
travar verdadeiras batalhas.
Gritos,
agressões, xingamentos, nos parece “coisa” de quem perdeu o bico e a mãe não quer mais alcançar, então
choram sapateiam e se atiram ao chão.
A este diríamos “Não levanta tua voz melhora teu argumento”, diríamos também melhora
tua luta, se é que ela existe.
Jacqueline Sanchotene
Coordenadora
Movimento Viva Gasômetro"
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